sábado, 16 de junho de 2012

Culpa

"- To chateada com você. A culpa é sua.
- Tá...Desculpa...

- Não quero mais nada com você. A culpa é sua.
- Mas eu te amo!

- Não quero falar com você. A culpa é sua.
- Eu sei... Mas achei que eu fosse maior que meus erros pra você.

- Não é. Estou saindo com outra pessoa. A culpa é sua.
- Como assim!?

- Estou grávida de outro. A culpa é sua.
- Não acredito!

- Vou me casar semana que vem. A culpa é sua.
- Nem sei o que dizer...

- Não vou poder ir no seu enterro. Quem mandou morrer durante a minha lua-de-mel? A culpa é sua.
-..."

quarta-feira, 21 de março de 2012

Nada

Inércio descobriu cedo que não servia pra nada.
Por isso decidiu não querer ser nada.
E estava seguro de sua decisão desde muito novo.
Quando lhe perguntavam o que queria ser quando crescer, respondia "nada".
Aos 18 já era o que é hoje:
Nada.
Aos 18, porque antes dos 18 todo mundo é nada. É a idade padrão pra se começar a ser alguma coisa. E foi quando começou realmente a ser nada.
No início, fazer nada era muito fácil. Não havia cobrança, ninguém oferecia muita resistência, muito menos concorrência, afinal, todo mundo queria ser alguma coisa.
Depois de um tempo, com alguns anos a mais, querer nada passou a ser um esforço muito grande. Sim, porque, pra se chegar num nível satisfatório de inutilidade e imprestabilidade, é preciso abrir mão de muita coisa. Mas certas coisas ele simplesmente não estava disposto a abdicar. Uma coisa na verdade.
Foi aí que percebeu que não era o nada que ele queria. Tinha uma outra coisa que queria e que era alguma coisa sim. Não era nada de trabalho ou de hobby. Inércio; que não era de querer coisas muito comuns, afinal, antes queria nada; descobriu que queria a coisa mais difícil do mundo: amor.
Mas quem é que ama sem ter nada? Ou ainda, quem é que ama alguém que não tem nada? E era o que ele tinha:
Nada.
Então é preciso ter trabalho?
É preciso ter saúde?
É preciso ter estabilidade emocional/social/escambau?
Então querer só amor é querer nada? Porque é justamente o que se tem quando é isso que se quer.
Precisar de amor é precisar de nada, porque sem amor, tudo fica inútil.
Mas, ironicamente, quem precisa de amor, precisa de tudo. Porque parece que é necessário ter tudo antes de ter amor.
Ter trabalho, ter orgulho, ter dinheiro, ter segurança, ter saúde, ter casa, ter tranquilidade, ter carro, ter fôlego, ter independência, ter roupa, ter inteligência.
Ter tudo isso, mesmo sem querer, é até fácil.
Aliás, não querer é o jeito mais fácil de conseguir as coisas.
É por isso que, hoje, Inércio sabe que nunca devia ter deixado de querer o que queria desde o começo:
Nada.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Tardo mas não falho

Eu confesso: procrastinei.
Procrastinei como faço só com as coisas que quero fazer. As que não quero, não deixo para depois. Deixo para nunca.

Depois de várias conversas, sempre satisfatoriamente conclusivas, meu camarada galináceo e eu percebemos que nossa visão sensível do mundo e das relações humanas precisavam de um lugar para exposição. Muitas concordâncias sempre surgiram de nossos embates filosóficos, e muitas discordâncias também, claro, mas que também foram capazes de incitar novas reflexões.
Isto nada mais é que um ralo, onde hão de escorrer as mais audazes discussões, os mais inusitados comentários e as provocações mais...provocadoras.
Portanto, embora atrasado, eis-me aqui para compartilhar pensamentos, teorias, histórias, opiniões, piadas, abaixo-assinados e imagens de gatinhos fofinhos.
Sigam-nos os bons, os maus e os feios!
Cowabunga!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O primeiro de muitos

Uma andorinha só não faz verão. É partindo dessa premissa - profunda que só ela! - que inauguro este blog, na companhia do meu bestman, André Fustagno. Poderíamos ser apresentados como num ringue da UFC, seria mais divertido! "Deste lado, pesando 60 e poucos quilos, 1,82m, carioca mas nem tanto, músico de profissão, ex-estudante de sociologia, poeteiro e notívago, AAAAAAAAA... Alexandre Guerra!!! Do outro lado, com uns quilinhos a mais, morador da Glória, ator e publicitário, humorista de mesa de bar, também poeteiro e sósia do Cascão, AAAANNN... André Fustagno!". A diferença é que não iremos nos confrontar, mas uniremos nossos esforços nesta empreitada.

Antes é preciso esclarecer uma coisa: cada um de nós possui o seu próprio blog particular. O meu anda meio parado, é verdade. Eu ando precisando de um estímulo, o qual, acredito eu, encontrarei aqui. A sorte está lançada! Assim como amores, blogs não duram para sempre. Eles nascem, crescem, propagam-se e são abandonados no (frio) espaço virtual, para mais tarde serem tragados por algum buraco negro, junto com outras partículas de spam e lixo virtual. Assim é a vida...

Não há um propósito pré-definido, apenas o jogo. Uma partida de futebol começa com o primeiro chute; um blog, com o primeiro post. E eu estou tão inspirado hoje...


Passo a bola agora para o André.